Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, foi preso na manhã desta quinta-feira (18) no imóvel que pertence a Frederick Wassef, advogado do parlamentar, em Atibaia. De acordo com o delegado Osvaldo Nico Gonçalves, o ex-motorista estava na residência há cerca de um ano.
Gonçalves revelou, ainda, que os polícias envolvidos na operação foram até Atibaia com o objetivo de evitar vazamento de informação, sem dar mais detalhes sobre quem sairia preso.
“Não demos ciência para os policiais para não haver nenhum tipo de vazamento, nada. Ontem fomos contatados pelo delegado geral que recebeu a missão do Ministério Público, e cumprimos com êxito”, revelou em entrevista ao portal CNN.
A ação foi realizada pela Polícia Civil em conjunto com o Ministério Público de São Paulo e Rio de Janeiro. O parlamentar foi levado pra a sede da Polícia Civil, em São Paulo.
CASO QUEIROZ
O Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) divulgou, no dia 6 de dezembro de 2018, um relatório alertando para movimentações incomuns de cerca de R$ 1.236.838,00 em uma conta bancária de titularidade de Fabrício Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro, filho de Jair Bolsonaro – entre janeiro de 2016 e 2017.
Em 2018, o Ministério Público do Rio de Janeiro abriu procedimento de investigação para uma possível lavagem de dinheiro e ocultação de patrimônio. Queiroz, no entanto, não apareceu para prestar depoimento entre os dias 19 e 21 de dezembro daquele ano, alegando problemas de saúde.
Em julho de 2019, Dias Toffoli, presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), havia suspendido os inquéritos que envolviam dados do Coaf. Já em dezembro, foram cumpridos 24 mandados de busca e apreensão em endereços ligados a Flávio Bolsonaro e Fabrício Queiroz.
Nesta quinta-feira (18), o parlamentar foi encontrado no imóvel de Frederick Wassef. Em setembro de 2019, no entanto, o advogado e proprietário da residência em Atibaia afirmou não saber do paradeiro de Queiroz.
Operação Rachadinha
A investigação apura a manobra para devolver parte do salário ao parlamentar, esquema denominado como “Rachadinha”. De acordo com o Ministério Público do Rio de Janeiro, alguns servidores da Alerj devolveriam sua parte a Flávio Bolsonaro.