“Isso é péssimo para a imagem das Forças Armadas. É preciso dizer isso de maneira clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável”. A fala do ministro Gilmar Mendes, sobre um general estar como interino da Saúde há quase 30 dias, gerou desconforto entre comandantes militares e também com o ministro da Defesa, Fernando Azevedo. A cúpula das Forças Armadas divulgou uma nota oficial para ”repudiar veemente” o comentário de Gilmar Mendes.
Confira a nota:
“O Ministro da Defesa e os comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica repudiam veemente a acusação apresentada pelo senhor Gilmar Mendes, contra o Exército Brasileiro, durante evento realizado no dia 11 de junho, quando afirmou “É preciso dizer isso de maneira muito clara: o Exército está se associando a esse genocídio, não é razoável”.
Comentários dessa natureza, completamente afastados dos fatos, causam indignação.Trata-se de uma acusação grave, além de infundada, irresponsável e sobretudo leviana. O ataque gratuito a instituições de Estado não fortalece a Democracia”.
Genocídio é definido por lei como ‘a intenção de destruir, no todo ou em parte, grupo nacional, étnico, racial ou religioso’ (Lei nº 2.889/1956).Trata-se de um crime gravíssimo, tanto no âmbito nacional, como na justiça internacional, o que, naturalmente, é de pleno conhecimento de um jurista.
Na atual pandemia, as Forças Armadas, incluindo a Marinha, o Exército e a Força Aérea, estão completamente empenhadas justamente em preservar vidas.
Informamos que o MD [Ministério da Defesa] encaminhará representação ao Procurador-Geral da República (PGR) para a adoção das medidas cabíveis”.
Ao se referir ao ”genocídio”, Gilmar Mendes quis criticar o vazio no Ministério da Saúde. Afirmando, ainda, que não é possível continuar tolerando essa situação.
A nota desta segunda-feira, 13, é a terceira divulgada pelas Forças Armadas. A primeira foi divulgada no sábado, porém sem citar Mendes. A outra, escrita no domingo, não foi divulgada por preservação ao processo de pacificação de Jair Bolsonaro com o STF.