Na contramão dos impactos catastróficos causados pela pandemia do novo coronavírus, a agricultura prevê recorde de receita no país para 2020. O faturamento promete um salto de cerca de 12% sobre o ano passado – os dados são da Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA). A expectativa é que o PIB do setor deixe de representar 21,4% e salte para 23,6%.
Em números brutos, o setor deverá alcançar a cifra recorde de toda história do setor – R$ 728,6 bilhões. Seguindo, portanto, o caminho contrário ao de retração da economia brasileira e mundial.
“Temos sucesso porque, além da grande safra que foi colhida no verão, temos uma logistica absolutamente normalizada. Portanto, além do abastecimento da população brasileira, também conseguimos cumprir nossa missão de provedores de alimentos no mundo”, destacou Tereza Cristina, ministra da Agricultura.
De acordo com o estudo publicado por Fernando Lagares Távora, a melhoria na qualidade do ar; a redução drástica na emissão de gases provocadores do efeito estufa; e os espaços nos transportes públicos, com menor ocupação das ruas, são apontados como alguns dos fatores fundamentais para a melhoria no meio ambiente e, como consequência, para a agricultura.
A desvalorização do real também gera grande impacto para o setor – considerando que as exportações se tornaram opções ainda mais atrativas.
Soja e Milho
Do valor bruto (previsto para 2020), cerca de R$ 265 bilhões serão das receitas desses grãos – sendo R$ 175 bilhões para soja e R$ 90 bilhões para o milho.
De acordo com um estudo setorial desenvolvido pela TCP Partners, estima-se um crescimento de receita de 14% com a soja e 13,5% com o milho. Com 26% da expansão de faturamento, o café também é apontado como um dos principais carros-chefes da agricultura.