Mesmo depois de ter restringido a entrada de viajantes vindos do Brasil em território norte-americano, os Estados Unidos (EUA) não poupam esforços para amenizar os efeitos da Covid-19, a doença infecciosa causada pelo novo coronavírus, em solo brasileiro. O presidente Donald Trump já doou, neste ano, ao Ministério da Saúde e aos órgãos responsáveis pela saúde pública no País, ao todo, mais de US$ 12,5 milhões, o equivalente a, aproximadamente, R$ 66 milhões.
A última remessa foi fornecida na última sexta-feira, 29. Cerca de US$ 6 milhões, que corresponde a R$ 32 milhões, foram destinados em assistência humanitária. De acordo com a Embaixada dos EUA no Brasil, esses recursos estão sendo aplicados em áreas sanitárias básicas e emergenciais, como água, saneamento e higiene, na busca de minimizar os impactos da pandemia no País, que já vitimou mais de 30 mil pessoas.
O embaixador dos EUA no Brasil, Todd Chapman, manifestou que a prioridade do órgão neste momento é o enfrentamento à Covid-19. O embaixador acrescentou que a presença de colaboradores da embaixada e a dos 275 mil americanos que vivem no País torna ainda mais especial o engajamento do governo estadunidense.
Quanto à especificidade do destino dos recursos, a rota precisou ser refeita. Embora ainda em maio a verba se limitasse à região amazônica, que seguem sendo umas mais afetadas, o descontrole da pandemia expandiu os investimentos a outras regiões do Brasil, mesmo que a prioridade ainda seja a região amazonense.
A assistência para manter os cuidados essenciais de saúde, por sua vez, de maneira geral, ainda passa pelo fornecimento de programas de engajamento comunitário, pelo fortalecimento da capacidade de saúde local, pela prevenção e controle de infecções e pelo fornecimento de água potável, itens de higiene e assistência alimentar de emergência. Este trabalho é realizado pela Assistência Internacional a Desastres (IDA), da Agência dos EUA para o Desenvolvimento Internacional (USAID).
“Esse último anúncio reafirma que estamos trabalhando juntos com nossos parceiros brasileiros e demonstra nosso compromisso contínuo com o povo do Brasil para superar os desafios desta pandemia”, destacou Todd.
Doses de hidroxicloroquina e ventiladores
A contribuição do governo estadunidense com o Brasil não acontece apenas no âmbito financeiro, mas, também, no fornecimento de equipamentos e insumos necessários no combate e tratamento de pessoas infectadas pelo novo coronavírus. Segundo o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, os EUA doaram dois milhões de doses de hidroxicloroquina (HCQ), medicamento e enviarão, ainda, mil ventiladores para o Brasil.
Embora os testes com a HCQ tenham sido suspensos, no último dia 25, pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por medidas de segurança devido aos efeitos colaterais que possa causar, o medicamento foi incluído pelo governo brasileiro no protocolo de tratamento para pacientes com sintomas leves da Covid-19 e será utilizada na defesa de enfermeiros, médicos e profissionais de saúde brasileiros contra o vírus.
Além disso, Araújo afirma que uma pesquisa conjunta entre os EUA e o Brasil será desenvolvida para avaliar a segurança e a eficácia do fármaco, tanto para a prevenção, quanto para os primeiros procedimentos terapêuticos da doença, e no desenvolvimento de uma vacina.
“Tendo o presidente [Jair] Bolsonaro e o presidente [Donald] Trump conversado duas vezes desde março, os dois países estão bem posicionados para continuar seu trabalho conjunto no enfrentamento da pandemia, bem como em outros assuntos de importância estratégica”, conclui o chanceler.
